Transplante de coração: como é feito, indicação e recuperação

O transplante de coração é a substituição do coração por outro saudável, ou seja, que não possua alterações cardíacas e que seja compatível com a pessoa que tem um problema cardíaco potencialmente fatal. Esta cirurgia é indicada quando a condição do coração é grave e os outros tratamentos não tiveram resultado, havendo um elevado risco de morte.

A insuficiência cardíaca grave, pode ser causada por várias doenças como doenças cardíacas congênitas complexas, infarto agudo do miocárdio, valvulopatias, miocardites, por exemplo.

O transplante de coração é uma cirurgia delicada e de alta complexidade, devendo ser realizada por uma equipe especializada em transplantes cardíacos, além de ser importante que após o procedimento a pessoa siga orientações do médico para evitar complicações.

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Quando é indicado

As principais indicações do transplante do coração são:

  • Doença coronária grave;
  • Miocardiopatia;
  • Doença cardíaca congênita;
  • Cardiomiopatia;
  • Válvulas cardíacas com alterações graves;
  • Arritmia ventricular não controlada com outros tipos de tratamento.

O transplante cardíaco costuma ser indicado quando a doença cardíaca está em uma fase mais avançada e não responde aos tratamentos normalmente indicados, havendo maior risco de evoluir para falência cardíaca.

O transplante pode ser feito em pessoas de todas as idades, no entanto a indicação para o transplante cardíaco também irá depender do estado dos outros órgãos, como cérebro, fígado e rins, pois se eles estiverem gravemente comprometidos, a pessoa poderá não se beneficiar do transplante.

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Como é feita a cirurgia

O transplante de coração é feito por uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, técnicos de enfermagem, todos  devidamente treinados para este fim, pois é um procedimento complexo e delicado, onde é removido o coração e substituído por outro compatível.

O procedimento é realizado no hospital devidamente equipado, com a pessoa sob anestesia geral, que deve permanecer em internamento após a cirurgia e manter cuidados após a alta para que não corra risco de rejeição do órgão. 

A cirurgia é feita seguindo as seguintes etapas:

  1. Anestesiar o paciente no bloco operatório;
  2. Fazer um corte no peito do paciente, ligando-o a uma máquina de coração-pulmão, que durante a cirurgia vai ajudar a bombear o sangue;
  3. Remover o coração fraco e colocar o coração do doador no local, suturando-o;
  4. Fechar o tórax, fazendo uma cicatriz.

O transplante cardíaco demora algumas horas e o pós operatório depende de uma equipe multidisciplinar para este tipo de paciente, que fica internado Unidade de Terapia Intensiva (UTI), até ter condições de alta para apartamento e, em seguida, para casa, o que geralmente leva cerca de 1 mês.

Quando não é recomendado

O transplante cardíaco possui contraindicação nas seguintes situações:

1. Contraindicações absolutas

Ainda existem algumas contraindicações consideradas absolutas para o transplante cardíaco, ou seja, onde não é permitida a realização desta cirurgia, como:

  • Incompatibilidade sanguínea entre receptor e doador;
  • Insuficiência hepática ou renal irreversível;
  • Infecção local ou sistêmica ativa;
  • Diabetes mellitus com danos em outros órgãos, como nefropatia, neuropatia ou retinopatia;
  • Doença pulmonar grave;
  • Embolia pulmonar com menos de três meses;
  • Hipertensão pulmonar ou resistência vascular pulmonar irreversíveis;
  • Doença psiquiátrica grave;
  • Uso ativo de drogas de abuso;
  • Tabagismo ativo;
  • Expectativa de vida menor que dois anos;
  • Doenças, como amiloidose, sarcoidose, hemocromatose ou lúpus;
  • Câncer ativo;
  • Histórico de câncer nos últimos 5 anos, exceto câncer de pele não melanoma localizado, ou câncer de mama ou próstata no estágio 1.

Além disso, o transplante de coração é contraindicado nos casos de infecções virais crônicas, como HIV, hepatite B ou C. No entanto, nesses casos o transplante pode ser realizado se a contagem viral for indetectável e não existam evidências de danos em outros órgãos.

Outra contraindicação absoluta é no caso de pessoas que não se comprometam ou sejam incapazes de fazer mudanças de vida após o transplante, como não fumar, não usar drogas de abuso, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e não seguir o tratamento após o transplante.

2. Contraindicações relativas

Com o avanço da medicina, algumas situações que antes eram consideradas contraindicações absolutas, passaram a ser avaliadas caso a caso, como é o caso de pessoas com mais de 70 anos, porém com grande chance de se beneficiarem com o transplante. Pacientes com alteração nos rins ou fígado, a depender do centro hospitalar onde será realizada a cirurgia, pode se beneficiar com o transplante de múltiplos órgãos como coração e rim ou coração e fígado.

Essas condições devem ser avaliadas individualmente pelo médico, que irá verificar os benefícios e os riscos relacionados a esse procedimento.

Possíveis riscos

A cirurgia de transplante de coração está associada a alguns riscos, por isso é necessário que o paciente permaneça em internamento no hospital após a cirurgia e seja regularmente monitorado após a alta. Assim como qualquer outro procedimento invasivo, há aumento do risco de infecção após o procedimento.

Além disso, há possibilidade de haver rejeição ao órgão transplantado, principalmente durante os primeiros 5 anos, aumento da chance de desenvolvimento de aterosclerose, que corresponde ao entupimento das artérias cardíacas, e aumento do risco de desenvolver câncer, pelo uso de imunossupressores.

Recuperação após transplante do coração

Alguns cuidados importantes que o transplantado deve ter depois do transplante do coração incluem:

  • Tomar remédios imunossupressores, segundo indicação do médico;
  • Evitar o contato com pessoas que estejam doentes, ambientes poluídos ou muito frios, pois o vírus poderá desencadear uma infecção e levar à rejeição do órgão;
  • Fazer uma alimentação equilibrada, eliminando todos os alimentos crus da dieta e, optando apenas alimentos cozidos para reduzir o risco de infecção.

Estes cuidados devem ser seguidos por toda vida, podendo o transplantado ter uma vida praticamente normal, e podendo, até mesmo, realizar atividade física.

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